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quinta-feira, 17 de março de 2011

O Diamante Hope e Sua Maldição



Fazendo uma faxina e uma reforma aqui em casa encontrei um livro que não via a muito tempo. Resolvi relembrar algumas de suas histórias e acabei me inspirando a compartilhar toda essa informação e também a dar uma analisada e melhorada na coisa.

A história de hoje é a respeito de um belíssimo diamante, que hoje encontra-se no departamento de ciências minerais no Smithsonian Institute e que carrega em seu passado uma trajetória de mortes envolvendo a maioria das pessoas que o possuiram. Abaixo, segue a história na integra (com alguns pequenos acertos, quando necessário), retirada de O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico, de 1977:
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O DIAMANTE DA MORTE - A jóia que enlouquecia os homens.

Encontra-se em Washington-DC, no Smithsonian Institute, o diamante Hope, uma jóia de valor incalculável. Os seus reflexos azuis cintilam em um núcleo frio como gelo. Parece inofensivo, no entanto, a beleza impassível desta gema fria e brilhante, com inúmeros antecedentes de sangue e paixão, já foram atribuídas mais de 20 mortes.

Durante 3 séculos, reis e pobres, ladrões e cortesãos, contemplaram a sua opulência - e enlouqueceram. Segundo a lenda, a primeira das suas vítimas foi um sacerdote hindu que sucumbiu ao seu sortilégio há 500 anos, pouco depois da gema ter sido extraída de uma mina no rio Kistna, no sudoeste da Índia. O sacerdote roubou-a da testa de um ídolo num templo indiano, mas foi apanhado e torturado até a morte.

O diamante apareceu na Europa em 1642, nas mãos de um contrabandista francês de nome Jean Baptiste Tafernier, que com a sua venda obteve dinheiro suficiente para adquirir um título e uma propriedade. O seu filho, entretanto, endividou-se tanto no jogo que o negociante foi obrigado a vender tudo o que conseguira. Arruinado, Tafernier regressou a Índia para refazer a fortuna, onde encontrou uma morte trágica - foi despedaçado por uma matilha de cães selvagens.

A gema reapareceu na posse do rei francês Luís XIV, que a mandou lapidar, o que transformou os seus 112,5 quilates originais em 67,5 quilates. Nicolas Fouquet, um membro do governo que a pediu emprestada para um baile da corte, foi condenado a prisão perpétua em 1665 por desvio de fundos do Estado.

O próprio Luís XIV, o Rei-Sol, morreu arruinado e detestado, enquanto uma série de catástrofes militares destroçava o seu brilhante império. Ignorando a maldição que pesava sobre a jóia, mais 3 membros da família real que a usaram ou possuíram viriam a morrer em condições trágicas.

A princesa de Lamballe, qua a usava regularmente, foi espancadas até a morte pela multidão. O rei Luís XVI e sua mulher, a rainha Maria Antonieta, que a herdaram, morreram na guilhotina. Depois, em 1792, em pleno tumulto da Revolução Francesa, o diamante desapareceu de novo, durante quase 40 anos - intervalo que permitiu a proliferação das lendas sobre a jóia.

Conta-se que um joalheiro francês, Jaques Celot, obcecado pela sua beleza, enlouqueceu e suicidou-se. Um príncipe russo, Ivan Kanitovski, ofereceu-o a sua amante parisiense - que depois matou a tiro, sendo ele próprio mais tarde assassinado. Há mesmo quem assegure que a imperatriz Catarina, a Grande, da Rússia, usou a pedra antes de ser atingida por uma apoplexia que a vitimou.

O diamante foi redescoberto depois de um lapidador de diamantes holandês o ter reduzido ao seu peso atual de 44,5 quilates. O filho do lapidador, porém, roubou-lhe a jóia, e este suicidou-se.

A jóia percorreu a Europa, deixando atrás de si um rastro de sangue, até chegar as mãos de Henry Thomas Hope, banqueiro irlandês possuidor de uma grande fortuna, que a comprou por 30.000 libras apenas e lhe deu o seu nome atual. O seu neto acabou, mais tarde, por morrer na miséria.


Em 1908 o sultão turco Abdul Hamid comprou o diamante por 400.000 dólares e ofereceu-o a sua mulher, Subaya, e depois apunhalou-a. No ano seguinte perdeu o trono. Em 1911 a jóia fatídica, já na America, foi adquirida pelo magnata do mundo dos negócios Ned McLean pela quantia de 154.000 dólares. Nos 40 anos seguintes, o seu filho Vincent foi atropelado por um automóvel; McLean ficou financeiramente arruinado e morreu num manicômio onde fora internado; a sua filha faleceu em 1946, intoxicada por barbitúricos; e sua mulher, Evelyn, tornou-se viciada em morfina.

Evelyn McLean, a que pirou na morfina.

Somente o joalheiro americano Harry Winston, que adquiriu a pedra azul dos herdeiros da família McLean, escapou de um destino fatídico e trágico. Ofereceu a gema ao Smithsonian Institute.
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Pois então. História curiosa né? Entretanto, resolvi pesquisar mais um pouco e descobri mais versões sobre essa pedrinha "do demo". Dentre todas as que eu li, achei curiosa uma outra versão parecida com a do livro, só que com dados diferentes. Existe outra também parecida com as anteriores, só que mais resumida e onde mais gente morre - basicamente todo  mundo que encosta o dedo na gema - sendo muito mais pobre em informações e detalhes. E existe outra também extra resumida, nos mesmos moldes. Vejam só:

O diamante Hope é um diamante azul de 45,52 quilates, exposto no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian. A sua cor azul deve-se à presença de boro na estrutura do diamante.
De todos, é o diamante que tem maior fama pela sua maldição. De acordo com a lenda ele foi roubado de uma estátua de uma divindade hindu, representando um dos olhos da divindade Sita. O guerreiro que o roubou foi pouco tempo depois assassinado. A pedra foi depois vendida ao rei Luis XIV, tendo o comerciante morrido pouco tempo depois. Depois da Revolução Francesa o diamante foi roubado e os seus ladrões foram encontrados e condenados à morte. Em 1830 foi comprado por Francis Hope, tendo o seu proprietário falecido de morte súbita e a sua esposa sofrido uma morte trágica. O sobrinho que teve a pedra nas mãos não teve grande sorte e decidiu desfazer-se do diamante. A pessoa que o usou foi assassinada. A pedra foi parar a outra família em que os filhos acabaram também por falecer de formas trágicas. Sem entrar em detalhes, conta-se que só agora num museu é que este diamante não lança a sua maldição.
Outras versões da lenda incluem outras personalidades que sofreram com a maldição do diamante, incluindo pessoas que nunca possuíram este diamante. Uma versão muito verossímil diz que esta lenda foi criada por uma atriz casada com Lord Francis Hope, que o abandonou a favor de um amante e tentou vender a história da maldição de forma a resolver as suas dificuldades financeiras.

Realmente até parece enredo de algum filme do Indiana Jones não é? Acredito que obviamente toda história tem um fundo de verdade, mas quando a gente vai mais a fundo e pesquisa, vê que a coisa não é tão cabeluda quanto dizem. Nesse caso, por tudo o que eu li, acredito que foi uma boa jogada de marketing, criada por Pierre Cartier, filho do fundador da famosa joalheria Cartier. Ele era o proprietário da gema em 1910 e, sabendo da trajetória "normal" da jóia, inventou a lenda para aguçar a curiosidade mórbida das pessoas e com isso facilitar a venda da mesma, a qual foi comprada pela socialite Evelyn McLean (sim, a da foto aí de cima) e todas as coisas que a lenda diz que aconteceram com ela realmente aconteceram. Entretanto ela própria não acredita que tenha sido culpa de uma maldição, e sim de fatalidades. Ela faleceu em 26 de abril de 1947, de pneumonia, aos 60 anos (ou seja, 36 anos após comprar o diamante).

CONCLUSÃO: FAKE ! hahahahaha.

Mas a história é bem bacana! Daria um bom filme. Alias, existem 2 documentários, um do próprio Smithsonian (o qual é narrado por nada mais nada menos que a Kim Basinger !) e outro do Nat Geo (o qual aliás está sendo exibido pelo canal americano no momento). Abaixo você pode conferir o segundo, já que o do Smithsonian tem algum problema de múltiplos direcionamentos no site e não abre, infelizmente. Aconselho a assistir, já que eles revelam muitas coisas a mais sobre a jóia (como o fato dela brilhar no escuro depois de ficar sob irradiação UV por algum tempo) e outras coisas do passado da mesma (esses sim, mistérios "reais").




Fontes:

O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico - 1ª Edição - Maio de 1977.
http://www.sobre.com.pt/diamantes-famosos-o-diamante-hope (essa historinha curta chôcha aí de cima)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diamante_Hope (a história é bem embolada, ainda prefiro a do livro)
http://www.smithsonianmag.com/science-nature/Glow-in-the-Dark_Jewels.html (dados técnicos curiosos sobre a gema)
http://rwwise.com/blog/?tag=hope-diamond (aqui um jornalista fala realmente a historia da coisa)
http://www.si.edu/Encyclopedia_SI/nmnh/hope.htm (a historia pelo próprio Smithsonian que me parece a mais plausível)
http://channel.nationalgeographic.com/episode/secrets-of-the-hope-diamond-4653/Photos#tab-Overview (programa que o Nat Geo passa sobre o diamante na TV gringa)
http://www.deleusejewelers.com/exhibit-reviews/the-hope-diamond/  (mais algumas informações interessantes sobre ele)
http://www.geekinheels.com/2009/08/19/resetting-the-hope-diamond.html (as novas reestruturações do diamante)
http://www.jadeitejade.com/2010/05/the-blue-hope-diamond/ (blog de um gemologista pateta que me parece acreditar na lenda)
http://history1900s.about.com/od/1950s/a/hopediamond.htm (mais uma historia com traços de coisas plausíveis)

2 comentários:

  1. O diamante ”HOPE” eh mt desejado em todo o mundo,menos eh claro para as pessoas que nao o conhecem………muito lindo e mt sedutor…quando voce olha pro ”HOPE” fica obsecado por ele,nao deixa ninguem chegar perto ou ao menos suspeitar que o ”HOPE” esteja perto….mais com um tempo ele vai prejudicando voce,ate voce ficar louco(a)e totalmente obsecado pelo ”HOPE”….para as pessoas que nunca chegaram a ver ele pessoalmente ou usa-lo, vou lhe pedir que nao tentem usa-lo,encontra-lo,ou ao menos ve-lo pois isso ira prejudicar a todos voces! Bjs a todos, e nao esquecam que o ”HOPE” escolhe a pessoa e nao ao contrario

    maldições a parte...O DIAMANTE HOPE É SEM DÚVIDA UMA JÓIA LINDÍSSIMA E QUE DISPENSA TODOS OS COMENTÁRIOS…..

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  2. @Tânara: Realmente, como vc mesma disse, maldições a parte, é uma belíssima jóia que por si só já desperta a curiosidade de qualquer um. ;)

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